Nós (Rebecca e Léo) finalmente nos juntamos numa só vida, numa só casa. Mas longe de nossa cidade, São Paulo. Estamos Rio e aqui contaremos o que é essa vida a dois aqui.

30.10.05

Como a guerra contra o narcotráfico aproxima as pessoas...

Era pra ser um sábado com balada, e o melhor é que seria na Lapa, no Estrela da Lapa, onde já havíamos visto o delicioso show do FCLG. A idéia era tirar uma amiga de casa e nos divertimos junto a outros amigos. Para nossa felicidade um dos maiores traficantes da favela da Rocinha (um tal de Bem-Te-Vi) foi morto na madrugada desse sábado, houve um certo furdunço na ida da Barra da Tijuca (onde moramos) para a Zona Sul / Centro (onde pretendíamos ir).
Ficamos receosos por sair de casa, pois sabemos que à noite é que a coisa fica feia. É certo que teríamos como opção ir pela Linha Amarela, mas preferimos nem cogitar essa possibilidade.
Confesso que o tempo também não estava lá essas coisas. Na sexta caiu um pé d’água na cidade que fez estrago considerável. Então, somando-se ao problema na Rocinha, tínhamos 2 pretextos para não sairmos da Barra nesse sábado.
Decidimos convidar os que sairiam conosco a virem pra casa, fazer nada, jogar, rir e relaxar...
Tivemos uma baixa, a amiga que mora no Grajaú (longe da Barra tal qual o Grajaú de SP é longe da Vila Madalena) preferiu ficar quietinha em casa (te entendo Jojoka!), mas agregamos um casal (Mirella e Alê).
No final do dia, após a terapia, as coisas tomaram ares de definição. Éramos seis os participantes: Mila, Juara, um Viking, Eu, Mi e Ale. Na verdade não colocávamos muita fé de que o último casal iria, eles têm um hábito de não aparecer na última hora, mas estamos tentando reverter essa fama de furadores de compromisso e eles estão bem dispostos a desfazer essa imagem.
Passavaum pouco das nove horas quando o Juara e a Mila chegaram, horas mais tarde chegaram os outros dois. Já estávamos pintando os rostos uns dos outros num jogo de cartas (Burro)... Antes que alguém proteste, o baiano ficou intacto!!!!
Continuamos na sala, petiscando, ouvindo música, jogando Imagem e Ação até altas horas... Estava ótimo!! Estávamos felizes por ver a alegria no rosto dos amigos se divertindo, ver que eles estavam a vontade. Mais felizes e honrados por ver que a Mi e o Alê estavam gostando realmente.
Olha, é difícil as pessoas fazerem isso hoje em dia, a decisão de ficar um sábado na casa de amigos, jogando, conversando, rindo, bebendo e comendo, convence poucos de que pode valer mais que muitas baladas, onde vc mal ouve o que seu namorado diz ao pé do ouvido.
Sinceramente não sei o que rolou na Rocinha, nem se apagaram as luzes do túnel Zuzu Angel, só sei que valeu a pena. Lavei a alma. Ver o sorriso na cara de cada um, tê-los em casa nesse sábado trouxe à tona algo que muitos de nós não sabemos mais o que é: o prazer de se divertir de verdade, brincando de verdade.
Mila foi ótima a idéia. Mi e Ale, nos sentimos verdadeiramente honrados pela presença... esperamos um bis em breve (vale pra todos os amigos).

27.10.05

Um singela homenagem

Hoje, a caminho do trabalho, exatamente no momento em que eu passava em frente ao Jardim Botânico, o rádio tocou uma música e pensei na Rebs (que pra mim é Rebbs):

Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela
Não pode ser, diz-lhe numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso
Mais sofrer. Chega de saudade a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas se ela voltar, se ela voltar,
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca, dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser, milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com este negócio de você
Viver sem mim. Não quero mais este negócio
De você viver assim


Chega de Saudade, de Vinícius de Moraes.

26.10.05

A hora que faz diferença estar longe de "casa"

Hoje (26/10) começaram a ser vendidos os ingressos pro show do Pearl Jam aqui no Brasil. Serão, ao todo, 5 apresentações, duas delas em Sampa. Infelizmente por motivos meio óbvio$$$$ iremos aqui no Rio que será na Apoteose (ó crueldade com a banda e com os fãs).
Sinceramente preferia em Sampa, lá estarão meus amigos, familiares, lá eu conheço a região do Pacaembú, sei que tem o La Villete, tem o BurDog e o metrô. Aqui?!?!?! Apoteose!!! Vcs já foram àquele lugar????? Acho que darei sorte se encontrar os famosos sandubas de abacaxi, na verdade nem espero isso, no máximo veremos um tio vendendo um salsichão... horror!!!
Apoteose... Lugar das escolas de samba, ninguém me convence que a acústica será boa, não como lá. Os cariocas (sem preconceito) não curtem rock. Lá teremos 2 apresentações, eles sabem que os ingressos se esgotarão rapidinho. Aqui?! Não tô colocando muita fé, do meu círculo de amigos temos 2 interessados, 1 deles é baiano. Dos amigos de SP, só de familiares são 3 contabilizados até agora, fora os da Claro que irão aos montes. Tem gente que vai aos dois dias... Aqui, só vai ter um e na Apoteose.
Por que na Apoteose se temos a cidade do Rock???? Money! A cidade do Rock é particular, enquanto a prefeitura ganha o seu $$$ com o show na Apoteose. Apoteose é lugar de desfile de escola de samba e show da Avril Lavigne...
Eu sei que Eddie Vedder falará super bem da cidade, que é bonita e tals... mas o público e os fãs de Sampa saberão recebê-los muito bem. Certamente eles farão um show inesquecível lá. Certamente quem for ao Pacaembú se divertirá até, terá história pra contar, assim como eu tenho boas lembranças dos shows do Eric Clapton, do Roger Watters, Iron Maden etc...
Espero não apagar esse show da memória, mesmo que seja pra lamentar a saudade que sinto da minha terra nessas horas.