Nós (Rebecca e Léo) finalmente nos juntamos numa só vida, numa só casa. Mas longe de nossa cidade, São Paulo. Estamos Rio e aqui contaremos o que é essa vida a dois aqui.

15.4.05

Circo Voador e Cordel do Fogo Encantado

Essa noite fomos ao Circo Voador assistir a um show do Cordel do Fogo Encantado.
Foi minha segunda incursão ao famoso e respeitado Circo.
Se vc querem saber sobre o que achei do show, clique aqui e leiam no meu outro blog.
Agora, se querem saber do Circo Voador (afinal esse espaço é para apresentar a nossa impressão e vivencia no Rio, né), vamos embora....

O lugar é fantástico. Isso em todos os aspectos (história, arquitetura, ideal, etc). Porém, desculpem-me aqui os cariocas pelo que lerão, é muito mal administrado.
Imagine um circo?
Só que com lona branca e estilizada.
Imaginem as arquibancadas do circo?
Só que não de madeira, pequena e beeeem mais alta que a de um circo normal.
Agora, imaginem que não tem nenhuma vedação acústica. Ou seja, tá sem grana para ver o show? Então ouça.
Cool, né? Eu acho.

Porém imaginem que vende-se mais ingressos que o local suporta sob a lona.
Resultado: tem gente que paga e assiste o show tão bem quanto quem não paga. Ou seja, nada. Nada porque fica do lado de fora da lona, porque fica atrás das escadas, porque fica de lado do palco, porque sob a lona está muito cheio de gente que ninguém consegue se mexer lááá muito bem....
Enfim, peca-se pelo excesso de capitalismo. Uma verdadeira pena.
Dá até dó. Ou melhor, raiva. Porque parece que ninguém se importa com isso, estão fazendo o público pagante de bobo e... tudo bem.

Mas, sem dúvida, se vendessem um pouco menos de ingresso, o Circo Voador ía ser realmente perfeito.

12.4.05

difilobotríase

"Come é que é?"

Como todos sabem, esse blog é fã de "japonís fú" (lê-se "japonese food"). Ou melhor, era.
Por força de uma maldita praga, estou em abstinência japonesa a 13 dias. É a DIFILOBOTRÍASE.

É, chegou no Rio tb....
Não sabem do que falo? Leiam a respeito!
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Leram? Assustador, né?
Tb achei...

Resultado final: Léo e Rebecuda deverão armazenar seus respectivos restos fecáis num potinho, levar num laboratório para ser examinado.
Aconselho vcs a fazerem o mesmo...

10.4.05

Nomangue...

Agora o mais legal de todo o final de semana: AR CONDICIONADO instalado em casa... jamais imaginei que fosse agradecer por ter um ar condicionado, mas em casa não dá... o sol bate à tarde e vira a "sucursal do inferno", como diria a Dona Odete!
Foi uma tarefa meio árdua, mas tínhamos 3 homens em casa e eles deram conta do recado. 18000 BTUs (nós paulistas não sabemos o que pode significar, mas que a casa ficou deliciosa, sem dúvidas, ficou!).


Domingo de almoço no NOMANGUE, restauranteco de frutos do mar que tem pertinho de casa... quem quiser saber onde é, fale conosco, pq a comidinha é muito boa!! Nos esbaldamos! Nos acabamos!

Fim... acabou o domingo. Ele acaba quando começa o Fantástico. E foi assim. Com lágrimas e tudo.

9.4.05

Lapa, Santa Tereza...

Fim de semana... delícia!
Credo! Nem parece que fiquei 1 mês sem dar as caras na empresa, mas é que desde terça eu não via a hora da sexta chegar, e ela chegou, e foi embora!

Daí veio o sábado, meu irmão (pela primeira vez no Rio!) e meu pai vieram com ele. Tínhamos algumas coisinhas a fazer mas nada que não pudesse ser postergado, e foi. É assim: meu pai ama o Rio, ama baladas, beber, mulatas e tal... vcs acham que eles (ou ele) iam querer ficar dentro de um apartamento quente (até então) nos confins da Barra da Tijuca?! Um final de semana assim deve-se querer aproveitar e fomos fazer isso.
Destino: Santa Tereza.

Lá fomos nós...
Pra quem não sabe, meu irmão é fotógrafo (vejam parte de seus trabalhos no flog
www.fotolog.net/fabio_logo) e queria aproveitar pra fazer algumas fotinhas aqui. E fomos todos pra Santa Tereza... aquele bondinho é o que há de mais encantador. Pretendíamos levá-los ao Museu Chácara do Céu, mas estava em greve. Ficamos no Parque das Ruínas (pra quem não sabe é onde abriga - em reforma- o Palacete Murtinho Nobre, onde morou Laurinda Santos Lobo, uma ricaça que oferecia saraus, festas etc), tb pela metade pq está em obras há "3 séculos" e sem previsão de conclusão. Ah... Ia me esquecendo, almoçamos no restaurante que fica assim que descemos no Curvelo... a picanha, ou melhor, a comidinha deles é muito boa... simples e boa!

Depois decidimos descer à pé do morro (sim, Santa Tereza fica no Morro do Desterro!) e ir até à Lapa, ver os arcos, Circo Voador e berber novamente e mais um pouco, agora na Taberna do Juca, na R. Mem de Sá (o mesmo bar em que estivemos, eu e Léo, na semana passada). Chegamos à Taberna, vimos o tal Juca, bebemos, bebemos, bebemos, jogamos palitinhos, bebemos, bebemos e, ops!, vamos embora pq está tarde!

Meu pai ainda passou em Copacabana (esse velho tá safado que só vendo!), mas ficou pouco tempo pelo que soube.

8.4.05

Sexta!!!! E o que ela nos traz??

Sexta?
Poatz......
Eu nem queria que ela chegasse, mesmo. Imagina só?! Fina de semana? Relaxar? Longe do trabalho?! Péssimo, né?
Hahahahahahahaahhahaha

Chegou!!!! "C-A-R-A-L-O"!!!!

Finalmente, né?
Sexta-feira Santa.
Sexta-feira Santa? Não, o feriado já foi....
Nããããããõ!!!! Toda sexta é santa! Toda sexta traz o sábado e domingo. Quer maior milagre? Só sendo santa, mesmo....

Bom, essa sexta nos traz algo mais. O que? José Vicente (sogrão, amante do Rio) e Fábio (cunhado que nunca veio para cá). O que será que nos aguarda???

5.4.05

Terra da garoa

Vocês viram que, nesse blog, "tá dominado, tá tudo dominado" pela Rebecca, né?
Então eu passei aqui para retomar o leme (brincadeira, só estou postando uma coisinha)

"Rio, 40º...purgatório da beleza e do caos"
Informação: hoje o Rio acordou paulistano. Tempo ligeiramente nublado (céu cinza) com uma garoa fininha. Mas o calor continua.

Agora, outra coisa: carioca não fala garoa. Fala, atenção "chuvisco"...
Me recuso a comentar isso. "Fala sério!"

4.4.05

Na Lapa à noite...

Ele ainda não conhecia o Circo, já havia passado inúmeras vezes em frente, ficamos de ir juntos outras tantas, mas nunca tinha dado certo, até que nesse sábado o Léo finalmente conheceu o Circo.
Mas vamos por partes
.
Os planos pro sábado eram legais, tirando
óbvio, a arrumação na casa - estamos sem faxineira há um mês... as coisas estão “daquele” jeito. Andei fazendo o que podia, mas não devo me esforçar muito, assim eu prometi à Dona Odete e devo cumprir.
Então ficamos brincando no computador, brincamos entre nós e desencanamos de arrumar a casa, na verdade EU desencanei pq pude notar que ele nem havia encanado!!! Decidimos sair, dar uma volta, isso pq antes de irmos ao Circo (já programado há 15 dias) tínhamos planos de ver um bom filme. Os planos foram alterados, incrementado, incluímos um almoço e uma volta na Lapa.
Então fomos...
O calor era infernal, nenhuma roupa ajuda qdo o Rio beira os 40°C, o destino era Botafogo e o ônibus ajudou (tinha ar condicionado).
Fomos ver Quase Dois Irmãos (cinema nacional de boa qualidade) lá no Espaço Unibanco, mas antes fui conhecer “A LIVRARIA”, o Léo estava querendo muito que eu fosse até lá para conhecer e comermos algo. É boa! A livraria. É ótima! A comida. Pode ser o contrário tb. Prefácio é o nome.
Bons livros, um ambiente aconchegante, tudo o que gostamos. Tava bom ficou melhor! E o baralho que adquirimos lá?! Coisa fofa, com dicas do Rio... é o baralho carioca. Qdo os amigos vierem vamos utilizá-lo.
Da livraria fomos ver o filme... muito bom. O Léo gostou tb, como ele diz: “Filme ácido, pesado.”. Eu sou mais simplista, achei o filme bom. Muito bom. Vale a pena sair de casa pra ver coisas boas.
De lá fomos pra Lapa...
Chegamos ao Circo cedo, antes compramos os ingressos pro SHOW e resolvemos dar um role. Role básico, cheio de boas descobertas, vamos lá:
- Descobrimos a Fundição Progresso (que lugar bacana!), o novo espetáculo da Intrépida Trupe havia acabado de terminar, tudo bem! Nós não íamos ver mesmo... Ficamos ali, tomamos uma cervejinha e saímos (ia ter show do Olodum);
- Fomos conhecer – de forma simples, rápida e tímida – a Lapa. Andamos, vimos os travecos, vimos bares interessantes, lugares que ouvimos falar (como o Carioca da Gema) e lugares que pretendemos conhecer, paramos no bar do Juca (ou algo assim), comemos, bebemos, bebemos, bebemos e... ops! Hora de ir pro show!!!!!
Apresentei o Circo... escolhi ficar no canto superior esquerdo, de frente ao palco. Mas aquilo o incomodava: “Qdo começar o Nação estaremos lá embaixo, né?!), descemos!
Veio o Mombojó, os meninos de Pernambuco quebram tudo e o pessoal do Rio parece conhecê-los melhor que o de Sampa... cantaram grande parte das músicas... o Léo se agitava a cada segundo, era sinal de que estava na hora do Nação Zumbi entrar no palco.
(aqui cabe um parêntesis: pouco antes de subirem ao palco, um dos integrantes do Nação colou atrás de mim, eu perco oportunidade de tietar, mas prefiro assim!).
Eles vieram, todos de uma única vez... e o Léo estava explodindo... aquele é fulano, aquele é cicrano, beltrano faz cada loucura no palco... parecia que era a primeira vez que eu via aquele pessoal no palco, não era, mas fiquei quieta. Gosto da cultura musical do Léo, ele sabe nome, sobrenome, família, espécie, gênero etc de cada um que toca em cada uma das bandas!!! Mas como ia dizendo, eles vieram todos de uma vez: Nação Zumbi e Mundo Livre S.A... do caralho! De arrepiar... fizeram novos arranjos pra velhas músicas... que delícia!
Algumas coisas não têm descrição, esse show foi uma delas.
O Léo estava alucinado... mas ainda estava preso. (não sei pq ele se intimida de pogar qdo está comigo. Pq?! Pra me proteger! De quem, ou do quê eu não sei, somos todos farinha do mesmo saco!).
Enfim ele foi... do caralho! Pogou, pulou, parecia um Viking Robótico... a Kátia já havia me dito que ele se transformava... e ele se transformou. Chegou a deixar o óculos cair no meio do tumulto formado por eles. Mas estava tudo bem. Dessa vez ele nem ficou com hematomas!
Chegamos em casa quase 5h.
Do caralho!

Rio Social...

“... Dá uma geral, faz um bom defumador
Encha a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia aproveita tá calor

Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando

Faz um cabelo bonito pra eu notar
Que eu só quero mesmo é despentear
Quero te agarrar
Pode se preparar
Porque eu tô voltando...”
(Tô voltando – Maurício Tapajós)

Voltei... voltamos!!!

Então... Foi na terça-feira, dia 29/03. Sensacional!
O propósito desse blog é dar aos amigos e visitantes uma impressão nossa sobre o Rio de Janeiro, há algum tempo não fazemos isso, estávamos de férias, por assim dizer, mas eis que chegou a terça, dia 29/03 e ele veio com um convite meio estranho: “Tá afins de um show do AfroReggae no Canecão?!”
Bem eu estava há tempos querendo ver uma apresentação do
AfroReggae e tb estava com vontade de conhecer a mais famosa casa de shows do Rio, o Canecão. Como estava me sentindo entediada de ficar em casa, disse “sim”.
O Canecão, pra quem não conhece é como o Olímpia, de Sampa. Muito parecido mesmo.
O AfroReggae tinha um propósito para estar na casa nessa noite, a entrega do prêmio Orilaxé * e a comemoração de 12 anos de existência do Grupo Cultural AfroReggae (GCAR). Nos encontramos no horário combinado, fomos comer alguma coisa no Rio Sul (um shopping), conversamos, rimos como de costume e entramos no Canecão sem saber muito bem o que esperar.
Só lá dentro percebi que algo diferente estava acontecendo, sentamos em uma mesa e eu, como de costume, comecei a olhar ao meu redor. Já havia lido o que representava a tal premiação e lá pude ver o quão importante ela é para as comunidades carentes e pra todos os que se envolvem grandiosamente com as questões sociais. São pessoas que necessitam e pessoas que colaboram, essas últimas se envolvem de uma forma com as questões sociais (violência, educação, dinheiro, integração social...) invejável, não são como “nós” que simplesmente contribuímos fazendo a nossa parte sem nos darmos conta de que a nossa parte é pouco.
Lá estavam presentes jovens, pessoas de meia idade e alguns idosos, a maioria era das comunidades (Vigário Geral, Parada de Lucas e outras) assistidas pelos projetos do GCAR, mas essa noite reservava mais, reservou a presença de MV Bill, Gerald Thomas (que publicou sua impressão sobre a premiação em uma coluna na Folha de S. Paulo), jornalistas, a Fernanda Abreu (apresentadora do prêmio), a Mart’nália (filha do Martinho da Vila), B Negão, Zuenir Ventura... esses a gente conhece! E se eu dissesse nomes que muita gente não sabe quem é pq não vive na mídia?! Eles deram um show!
Ver a versão nacional e melhorada do Stomp (segundo Gerald Thomas) com os meninos do Afro Lata, aquela vibe, aquele gingado, que delícia! Ver as meninas do Akoní, ver que eles tocam com o coração e tocaram o coração de todos ali, ver o Gil... ondas de arrepio tomaram meu coração, estávamos ali, em pé de igualdade, nos emocionando com as mesmas imagens. Ele era um espectador como eu, óbvio que isso durou até sua subida ao palco para receber seu prêmio e nos agradar com sua voz cantando. Ele é lindo!
Mas sabe o que foi mágico?! A hilariante, inebriante, e surpreendente apresentação da Polícia Militar de Minas Gerais. Eles chegaram tímidos, com pouca intimidade com seus tambores, adultos, uniformizados, diferentes daqueles jovens descontraídos das comunidades, com carinha de quem se pergunta: “o que estou fazendo aqui?!” E vieram, e deram um show, tocaram, sambaram, rebolaram, fizeram graça, arrancaram risos, simularam um strip tease e vestiram a camiseta do GCAR. Sem palavras pra descrever o que senti... eu e meu cúmplice amamos.
Ah! O Léo ficou pasmo qdo o MV Bill cumprimentou-o, me confidenciou que se sentiu um membro da comunidade.
Teve show dos anfitriões da noite e teve apresentação da Orquestra Sinfônica, teve Gil cantando e dançando no palco e teve convite pra vermos um show completo no Circo Voador na quinta-feira, mas não fomos...
Vou terminando com um trecho do comentário feito pelo Gerald Thomas (do qual nem fã sou, mas suas palavras foram sábias):
“Só mesmo o Afro Reggae pra quebrar os preconceitos e as barreiras: tem negro e tem quase negro, tem ex-marginal e tem Policia fazendo strip tease. Só não tem uma coisa: violência. Em nenhum dos seus eventos, as Conexões Urbanas, ocorrem atos de violência. E isso nas regiões conhecidas pelas piores troca de tiros no cotidiano carioca.”

Ah! Aqui no Rio as coisas não terminam em pizza, mas em Funk, guiado pelo DJ Marlboro... fomos embora!

* Na linguagem dos povos iorubás, nossos ancestrais africanos, orilaxé quer dizer “a cabeça tem o poder de realização”.